sexta-feira, 3 de outubro de 2014


                                 Ética amorosa 


Ética, tem por objetivo fazer com que as pessoas pensem sobre as suas ações, colocando assim a razão acima das paixões, procurando a felicidade individual e coletiva, porque o ser humano vive em sociedade e as suas atitudes devem ter em vista o bem comum. Nas obras aristotélicas, a ética é vista como parte da política que precede a própria política, e está relacionada com o indivíduo, enquanto que a política retrata o homem na sua vertente social.

Cain lembra que quando estão rodeadas de gente, as pessoas se limitam a seguir as crenças dos outros, para não romper a dinâmica do grupo. A solidão, por sua vez, significa se abrir ao pensamento próprio e original. Reclama que as sociedades ocidentais privilegiam a pessoa ativa à contemplativa. E pede: “Parem a loucura do trabalho constante em equipe. Vão ao deserto para ter suas próprias revelações”.


Byung-Chul Han preza as palavras de Catão: “Esquecemos que ninguém está mais ativo do que quando não faz nada, nunca está menos sozinho do que quando está consigo mesmo”.


“Para mim a solidão representa a oportunidade de revisar nosso gerenciamento, de projetar o futuro e avaliar a qualidade dos vínculos que construímos. É um espaço para executar uma auditoria existencial e perguntar o que é essencial para nós, além das exigências do ambiente social”, diz o filósofo Francesc Torralba.

Na solidão deixamos esse espaço em branco para ouvir sem interferências o que sentimos e precisamos. “A solidão nos dá medo porque com ela caem todas as máscaras. Vivemos sempre mantendo as aparências, em busca de reconhecimento, mas raramente tiramos tempo para olhar para dentro”, diz Torralba.


Toda a racionalidade prática visa um fim ou um bem e a ética tem como propósito estabelecer a finalidade suprema que está acima e justifica todas as outras, e qual a maneira de alcançá-la. Essa finalidade suprema é a felicidade, e não se trata dos prazeres, riquezas, honras, e sim de uma vida virtuosa, sendo que essa virtude se encontra entre os extremos e só é alcançada por alguém que demonstre prudência.


Atento também que para a construção de amores livres ser possível é de suma importância dialogar com o outro sobre os afetos. Tenho para mim que o diálogo sincero é a chave para a construção de toda relação. Não que se tenha que contar tudo ao outro, cada relação deve ter o seu “acordo” estabelecido, que não é rígido e firme. Os acordos devem ser feitos e refeitos a partir dos sentimentos e desejos que surgem entre os pares, pois estamos suscetíveis a todo momento a nos depararmos com uma nova situação e um novo sentimento. E assim, as relações vão tecendo combinados diferentes. O amor livre jamais pode ser “Sou livre e faço o que quero”; esse discurso mais se assemelha a uma perspectiva individualista neoliberal, na qual os anseios do individuo são postos em prática a todo custo, o que causa, possivelmente, dor, angústia e insegurança no outro.


Penso, sobretudo, que é possível tecer redes de amor livre e fortalecê-las sempre se fundamentando em uma cumplicidade ética com outro. Amor não se divide, se soma, se multiplica. E quando nos relacionamos, nos comprometemos com o outro – o que, contrariando o amor neoliberal, comprometimento não é ruim, é cuidado, é laço criado, é se tornar responsável pelas suas ações.



Há algo que só pessoas que conservam seus maiores prazeres entendem, que de qualquer forma o amor livre o constrói, o transforma, o faz o diferencial, assim como o amor e respeito  a dois o torna matéria.

Não existe de forma algum uma forma para explicar como funciona o sexo, dizer que mulher gosta disso e daquilo outro e dizer o mesmo para os homens. Existem fases, e isso é fato, níveis de energias, onde você acorda com vontade de certa coisa, no outro dia sem vontade alguma. Todo ser humano é diferente assim como as sensações são diferentes, é viver para crer. 

É preciso despertar para experimentar, o desconhecido é interessante, cada toque mostra algo novo do qual nem sabemos que temos dentro de nós, emoções que são vividas ao longos de nossas vidas, as quais passamos por varias socializações.


quinta-feira, 24 de julho de 2014

                                         A arte de ouvir



           Quando foi a última vez que eu me ouvi? Quando foi que eu me sente pela última vez, eu digo de um modo verdadeiro, onde eu me sente por inteiro. Acontece que houve mudanças em minha vida, onde eu me deixei levar sem esperar, sem me perguntar, eu simplesmente aceitei, eu disse sim sem nem por quê, mesmo no começo tendo medo, eu deixei que rolasse naturalmente, mas eu pede que Deus olhasse pelas minhas escolhas.
       
            Mas a anergia que eu tinha no começo  foi se perdendo, eu não fiz a devida limpeza, eu não procurei focar em energias boas, eu segue ordens, eu segue meus instinto, e isso foi me esvaziando. Eu sei o que eu posso fazer, mas há muito eu venho perdendo o controle, a forma como eu comandava minha vida, e tinha tudo calculado e cogitado em minha mente. Eu perde a minha sintonia.


segunda-feira, 9 de junho de 2014

                       Eu sei que posso saber








Meu saber maior
Saber querer
Saber me querer
Saber minha inquietude
Saber me entender
Saber me encontrar
Saber minha fragilidade
Saber o que me falta
Saber o que me acalma
Saber caminhar com meus pés
Saber ser espírito
Saber ser eu.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

         O ensino Tradicional das escolas 
                        nos faz bem?



    Passar de 5 a 6 horas na escola não é um método muito bom, se formos olhar para a capacidade intelectual das crianças e principalmente adolescentes, isso porque a capacidade criativa está no auge, no afloramento, ou seja se desenvolvendo freneticamente nessa fase da vida. O adolescente deve ser visto como um ser criativo, assim como a criança nos seus primeiros anos de vida, onde vem crescendo e se desenvolvendo dentro do seu meio social. A criatividade deve ser tratada de um modo importante como a alfabetização, isso deveria fazer parte do currículo. A educação deve ter uma medida flexível dentro da cadeia escolar em que nos encontramos, não digo que o ensino atual nos faz mal, ele só é desgastante e leva a ser desinteressante para os jovens, pais e adultos vivem perguntando crianças o que elas querem ser quando crescerem, uns querem ser modelos, celebridades, bombeiros e policiais, etc. Mas quando chega a fase do adolescente, vem a pergunta que mais pressiona do que ajuda no começo de vida social, ou seja trabalho que vem a seguir logo que sair da escola.
       É tão estressante essa pergunta para uns, que acabam não sabendo responder, e vindo a se formar, fazer qualquer faculdade, apenas para ter um diploma, ou mesmo trabalhando em lugar com um salário baixo e que tão pouco o deixa feliz e abre caminhos para outras oportunidades.
        Se houvesse um compreendimento maior de que o ensino precisa não só de alfabetização, cálculos, ciências, enfim toda essa extensa rede de ensino, talvez tornaria a criatividade parte do currículo de toda criança e adolescente.
         Mas vou explicar do que eu estou falando, a criatividade que eu falo que deve haver na escola, seria aulas práticas para haver desenvolvimento intelectual sócio educativo, ou seja coisas que abrissem a mente do jovem, em várias etapas, como começo a teoria, aulas práticas, aulas físicas, com materiais não usados dentro de salas, coisas que jovens não tenham conhecimento ou não tomaram conhecimento na vida, para que assim eles desenvolvam juntos com seus colegas conhecimento para quando formarem e fazerem sua vida fora do meio escolar, assim eles podem achar juntos soluções para uma pergunta complexa que vem sendo feita ao longo de suas vidas, "o que você quer ser quando crescer?"
         A resposta certa seria ser feliz, saudável, e gostar do que faz na vida, na profissão que quer seguir. É para isso que serve a criatividade, para abrir a mente do jovem, fazendo bem a ele, e a sociedade.
         O adolescente não precisa ter medo do que tem lá fora, para ele pode ser muito criativo e divertido trabalhar e construir sua vida, mas todos precisam de uma base, e por que não a escola para ajudar nisso?

quinta-feira, 22 de maio de 2014

                            Permanência 




Era noite e ela se deitava após a casa se apagar
Os filhos dormiam
E a casa permanecia em completa quietude
Só o silêncio e alguns ruídos
Mas nada a atrapalhava dormir
Se não a amargura de saber onde chegou
Deita de lado e sente a dor que perfura seu peito
Os fluídos que se sobressaem de seus olhos e o nó na garganta que aperta
Cai noite a dentro, e o sofrimento de não ter o castelo, o reinado, e a sede de viver.
Pobre mulher, por onde anda a sua felicidade?
Tanto sonha e nada te traz, e nada se vai...
Onde é que se encontra, eu digo onde é que você se encontra dentro de você?
Faz-se dentro de você, faz-se vida, faça amor.
   
   

terça-feira, 22 de abril de 2014


                                         Pássaro valente






               Dentro de um pássaro puro, existe um pássaro mau, incontrolável, audacioso, e fúnebre, que tão pouco pouparia prejudicar alguém. Quando você o avista de longe, somente  enxerga sua beleza, podendo esquecer seus sentimentos que carrega dentro de si. Para que ele desperte sua fúria e sua bondade, depende do que os dois podem proporcionar um ao outro.
               Não somente os sentimentos que carrega podem mostrar sua face, pois mesmo me trazendo  dúvida de quem se aproxima de mim, ele não temerá ser algo inesperado perante a mim, em consequência do que eu proporciono a ele. A raiva virá em consequência do que eu ouso dizer, do que eu ouso escolher ouvir, e do que eu ouso querer. Assim como a bondade será desafiada após o ato de socialização com o pássaro.

       
               Havia um pássaro muito belo e articuloso, que sobrevoava a floresta dos cocais, dizia ele ser rei, nada podia teme-lo, nem mesmo ave maior, nem qualquer animal terrestre ou marinho. Um pássaro vaidoso, destemido, e ágil.
               Os animais não o temiam, pois ele não passava de um pássaro vaidoso, mas faziam acreditar que era temido, todo o reino animal daquela floresta sabia bem como tratar o pobre animal vaidoso, que se faziam de amigo da pobre ave, mas ele não soubera disso.
                Ele estava tão encantado com sua beleza, e com seu reino, que numa manhã, quando pairava sobre a copa de uma árvore fora capturado por um caçador, com um tiro anestésico certeiro ele caiu, pobre ave que cantava sua beleza e se dizia rei dos reis da floresta. Os animais, que caçoavam sobre sua vaidade e seu suposto reino sentiram falta da ave, que sempre sobrevoava pelas florestas todas as manhãs e tardes até que dormisse junto com sua futilidade.
                O pássaro foi levado para um castelo carregado dentro de uma gaiola. Lá ele era admirado por todos que moravam no castelo, desde o rei e sua família aos criados, a ave tinha penas lindas, uma calda espessa, olhos fixos que pareciam ser o mais belo par de olhos nunca antes visto, no começo o pássaro achava interessante ser observado, mas nunca ousou abrir o bico para cantar.
                Aos poucos o pássaro foi entristecendo, e sua vaidade caindo em decadência, os seus supostos amigos da floresta por ele não procuraram, mesmo que sentissem falta, pois mesmo ave tão bela carregava sua futilidade, logo todos daquele castelo foram esquecendo da ave, que não tinha mais brilho, nem tão pouco encantava com seus belos par de olhos, quem foram perdendo a alegria de viver.
               Um dos criados que era encarregado de limpar a sala onde o pássaro ficara por tanto tempo parou em frente a gaiola e viu que a pobrezinha não tinha forças e estava doente a ponto de morrer, foi até o rei com a ave nas mãos e disse:
                   __Essa ave não vai resistir, peço vosso rei que eu a solte na floresta.
O rei furioso pela ave estar morrendo disse:
                   __Pobre ave inútil, de nada me servira, se não a sua beleza, leve-a para a floresta e deixe que morra sozinha, pois aqui de nada ela servirá.
               O criado em vez de levar o pássaro para a floresta, o levou para uma cabana próxima do castelo, onde pôde cuidar, alimentar e dar carinho a ave, aos poucos ela foi se recuperando, e voltando seu brilho, quando ela se recuperou por inteiro, o criado encantado com a beleza que revigora sobre a ave, a levou para um província, onde os comerciantes e a população se encantaram com a ave, e davam-lhe comida, passeavam suas mãos pelas penas até a sua calda espessa, e diziam que era ave mais bonita de todo o reino. E nem toda a comida compensara aquele imenso amor que sentiam pela ave, o carinho das pessoas a vez reviver, coisa que nunca havia sentido antes, o carinho tão próximo que podia até ser sentido pelas mãos de pessoas simples, vez seu brilho florescer, seus olhos voltarem a ter a cor mais bonita de todos os reinos.
              O rei furioso ao descobrir que a ave estava viva e encantava a todos, mandou um de seus guerreiros a buscarem, e que levasse a ave o e o criado, pois o pobre homem que o tinha engano a respeito do pássaro havia de ser castigado. Ao chegarem ao castelo mandou que de joelhos o criado ficasse, enquanto isso o rei observava a ave de bico a calda, e chamou todos de sua família, a nobreza do castelo e também seus criados novamente, pôs-se todos a olharem ela outra vez e elogiarem outra vez. O rei contente mandou que fizessem uma gaiola de ouro e que trouxessem um banquete para o pássaro. O homem permanecera ali de joelhos aos pés do rei, mesmo que estivesse contente pela ave, sua fúria por achar ter sido enganado, o fez direcionar palavras rudes ao criado que acabou sendo mandado a masmorra para que ali ficasse eternamente por ter ousado enganar o rei.
             O pássaro que voltou ao reinado mesmo dentro de sua gaiola, passou um tempo sendo observado e desejado por todos outra vez, a ave nunca ousou cantar, até porque não era mesmo feliz ali para que cantasse, sempre gostou de ser exibido, mostrando suas lindas penas, pensando ser mais que todos e saber mais que todos, e era mesmo belo a ave, tinha uma linda voz, mas que de tanto tempo passando sua vida no castelo foi se acabando, tudo entristecia o pássaro, comida não era o bastante, ser desejado também nada tinha importância, o que faltava era amor, coisa que um dia maravilhado ao conhecer o arrancaram, passou seus dias a chorar lembrando do criado que o mostrou um novo mundo, o mundo de pessoas simples, humildes que só enxergavam sua beleza, mas que o amaram mesmo vendo sua decadência e o ajudaram, com comida e amor.
               A ave triste, decidiu que permaneceria de olhos fechados e penas fortemente abraças a ele para que ninguém tivesse o que olhar, a esposa do rei era vaidosa assim como o a ave, ela passeava pela sala as vezes e observava a beleza do pássaro se definhando e corria até o rei para dizer que a ave já não era mais interessante e que ele devia a mandar embora. A ave triste só fazia dar as costas a todos, o rei quando se aproximava dela era completamente ignorado, o homem chacoalhava a gaiola e nada, a ave permanecia de olhos fechados dizendo não estar nem aí, isso só deixava o rei com mais raiva ainda, por ter recuperado a ave inútil a trazendo para o castelo, dando a ela uma linda gaiola e boa comida.
               Num fim de tarde, com raiva e cheio de problemas com o seu reinado, a economia e política do reino, coisa que era normal, pôs nem todos estão sempre satisfeitos, mandou soltar o pássaro, e ao soltar a ave que partira de imediato, fugiu para o bosque, triste, só pensava no criado, nem de seus amigos na floresta ele lembrava mais, sobrevoou o castelo com a pouca força que lhe restava, e avistou uma janela bem pequena acesa, onde certamente o criado fora lançado por ter desafiado o rei, o pobre homem quando a viu, um pouco assustado mas mesmo assim podia ver tamanha alegria em sua expressão, sorria encantado com a bela ave que o olhava do lado de fora, ao ver a situação precária em que o criado estava vivendo, a ave deu um voou rasante e entrou dentro do castelo, esperou que todos dormissem para que pegassem a chave para libertar o criado que tanto o amou e cuido. Percorreu por corredores, por escadas, por quartos escuros, quase desistindo lembrou-se do quarto do rei, ali era o único lugar que restava procurar, e ali estava, a chave pendurada logo acima da cama do rei, o pássaro desanimado e abatido pensou em desistir, mas enquanto permanecia ali parado lembrou de seus velhos tempos na floresta, onde era destemido, e nada para ele era impossível, a noite quase a passar, veio um brilhante ideia, havia uma cortina próxima a cabeceira da cama onde ele podia se agarrar e descer lentamente até abocanhar a chave, o rei dormia um sono profundo enquanto a linda rainha fazia barulhos estranhos com a boca, devagar e com muita atenção ele foi descendo até que pegou a chave, agora só pensava em sair dali, mas a porta batera quando estava pronto parar partir, só li restava um fresta bem pequena na janela, ao passar por ela algumas de suas penas foram arrancadas, mas nada disso o importava mais, foi correndo até a masmorra, jogando a chave, o criado contente abriu a porta e foi em silêncio até a saída do castelo acompanhado de sua ave, ao sair pegou a gaiola e colocou dentro de capanga e foram embora dali para a casinha no bosque, onde sua mulher e suas duas filhas o esperavam, a casa muito simples mais bem acomodável, fez que todos adormecessem exceto o o criado e sua esposa, a mulher falava que ele poderia ser morto, levado para a masmorra outra vez, eu ter sua casa invadida pelos servos guerreiros do rei. O homem dizia:
                     __Minha amada, está tudo bem, o pássaro não há de fazer mau algum a nossa família, ele trará prosperidade a nós, quanto as nossas filhas, fique despreocupada, elas estão a seguro nessa casa. A mulher nervosa só pensava em desfazer da pobre ave, talvez vende-la para que tivessem mais conforto.
                     __Joseph, nós precisamos vende-la, é para o nosso bem, e além do mais o que podemos fazer com uma ave tão bela, do que nos servira, ela só nos dará despesa, e ainda por cima ninguém pode descobrir que ela está conosco, pense em nossas filhas, se a vender podemos pagar por um bom estudo de nossas filhas. O homem triste pelo o que a mulher acabara de dizer a ele, pediu que a mulher viesse dormir, que amanhã tudo ficaria bem, passou pelo o quarto das filhas, deu um beijo de boa noite e foi dormir.
                Na manhã seguinte lá estava o pássaro, suas filhas e amada esposa Amanda, tomaram o café da manhã, Joseph alimentou o pássaro, e quando suas filhas saíram para brincar, o homem chamou a mulher num canto para propor a ela a seguinte ideia:
                   __Quando eu fugi do castelo, além de trazer o pássaro comigo, eu trouxe a gaiola de ouro do pássaro, você pode ir até a província no norte e vende-la para algum comerciante, ninguém vai desconfiar de você. A mulher assustada com a proposta, porque até então seu marido nunca havia roubado antes, assustada disse a ele:
                  __Mas nós estamos roubando, o que vão fazer se descobrirem, nós iremos presos, perderemos Débora e Clara, elas precisam de nós, eu não sei se posso, essa ave só nos trouxe coisas ruins até agora.
                  __Nada disso Amanda, a ave nos trouxe riqueza e prosperidade a nossa família, nós precisamos vender a gaiola, ela vale muito e além do mais a gente pode ir embora daqui, não precisamos viver aqui e servir pra sempre.
                 __Está bem, eu vendo essa gaiola, mas precisamos desfazer do pássaro. O homem concordou, mas mentindo, pois, manteria com ele a ave próximo a família.
             A mulher foi até o norte e conseguiu vender a gaiola, e trazer o dinheiro sem que ninguém desconfiasse, ninguém podia saber do dinheiro, então eles foram logo tratando de juntar suas coisas e se mudarem, foram para Castanhedo, um província rica, onde tinha escola para suas filhas, e onde compraram um bela casa de dois andares, que embaixo mais tarde fizeram um loja de vasos de porcelana bordados.
            O homem só prosperava, com o passar do tempo, uma de suas filhas se casou, logo depois sua outra filha se casou também e acabou se mudando para outro vale.
            O homem e sua esposa agora velhos, estavam sentados na beira do lago, quando recebem a notícia de um homem do vilarejo, que a sua loja havia sido roubada, seus vasos caros, e até o dinheiro que estava escondido debaixo do tapete velho numa parte subterrânea da loja foram levados. O homem triste junto a sua esposa e ave velha, chorava, dizia ele, que injustiça me roubarem, levarem tudo, por quê meu Deus, o que foi que eu fiz, eu nunca fiz mal a ninguém, por quê me tirarem o que eu trabalhei pra ter.
            Por mais bondoso o homem fosse, a ave não o pertencia, nem a gaiola de ouro, não podia desfrutar de algo que não era seu, sem pensar que mais tarde fosse tirado de volta.
            Agora sem dinheiro era tempo de recomeçar, passado um tempo as filhas voltam a casa dos pais para uma visita, agora para cuidar dos pobres pais velhos. Passado um tempo junto a família, numa manhã de páscoa, o velho homem quando descia para o café viu a ave morta, estendida no chão, sem brilho, sem canto, e quase sem cor. Descia lágrima sobre seus olhos, com aperto no coração, ele pensava em silêncio, mais uma perda, agora se vai toda uma história, todo um encanto, uma vida, agora me resta uma casa, minha esposa, duas filhas casadas, e uma velhice lenta e cuidadosa. Aquela ave se tornaria um pedacinho do céu, que a cada balançar das nuvens traria seu canto para todas as manhãs, e quem sabe os fins de tarde e o anoitecer também.
                   

sexta-feira, 28 de março de 2014

                   Roupa curta causa estupro



    Eu ouvi que roupa curta e má comportamento causa estupro. É isso mesmo??

   Então mulheres mas uma vez nos encontramos num círculo fechado de opinião sem conceito e ética moral, quer dizer que nós mulheres não podemos nos vestir com uma roupa mais curta, eu diria sensual quando formos sair, e qual seria esse mau comportamento, andar sozinha, beber sozinha, agir sozinha conforme quer, então nós mulheres não podemos mais ser nós mesmas, agirmos à nosso favor, seremos depravadas, ou ridicularizadas, então aquele assobio, ou aquela cantinha barata que ouvimos, nós não poderíamos reagir, sem falar no ônibus, onde somos encochadas, ou quase comidas por olhares egoístas. Então eu não posso reagir a isso.
    No Brasil a causa do estrupo é a roupa curta, e má comportamento, isso é a opinião deles, pela falta de educação e ampla visão sob nossas condições, num país calorento, rodeado de praias belíssimas e muito famosas, sim um paraíso tropical, onde roupas confortáveis são aquelas mais curtas, um regatinha cavada, uma sainha, um vestidinho, um shortinho, tudo no diminutivo, porque temos verão o ano todo.
   Então o que dizer dos outros países, quais são as causas do estupro, o que levam o estrangeiros a fazerem isso, que comportamento os leva a esse comportamento NOJENTO?
   O que dizer de uma sociedade que aceita essa opinião, o que esperar desse país machista, e quando essa censura vai acabar?
    Se nossas novelas são uma grande putaria e quase sem querer incita a comportamentos ridículos, sem falar falar nos programas de televisão, não vou deixar de citar o Big Brother, é bonito isso tudo????
    Num é atoa que os países de fora veem o nós como o país da "prostituição", é assim que eles chamam nosso país, a intenção deles quando viajam até ao Brasil é conhecer brasileiras e foderem com elas, porque essa é imagem que eles tem do nosso país, talvez não devesse ter tanta prostituição no nosso país, mas com a falta de educação e estrutura em que nos encontramos.
    Seria diferente se houvesse diálogo, educação, conceitos básicos de moralidade, mas quem é que liga pra isso, se tanto faz as mulheres, a culpa é delas, quem foi que mandou usar uma roupa curta, quem foi que mandou ela sair de casa, querer ter opinião, ser dependente.
   As mulheres continuam sendo oprimidas por esse país machista, que só sabe culpar nós mulheres e ofender, e consequentemente defendendo os homens e absorvendo casos de estupro, violência a mulher, e violência verbal. As autoridades estão tão acostumadas com tais violências que agem como se nada tivesse acontecido, não veem isso como um problema no país.

 Estamos cansadas dessa opressão!!!

terça-feira, 11 de março de 2014

                               Para todas as mulheres
               e as que não se consideram



  Mulher pode ser bruta mas por dentro é uma flor
  Pode ser sensível mas tem fervor
  Mulheres não são iguais
  Só agem como tem que agir, sempre lutando
  Podem ate ter o mesmo sexo, mesmo desejo, mesmo instinto
  Mas são oque são por elas mesmas
  Não são e nem pertencem a igreja, a um homem, nem ao seu país!

terça-feira, 14 de janeiro de 2014






   Hoje eu não vou usar título, porque hoje eu não preciso.



  Amar alguém sempre vai ser chato, porque se não for não vai ser amor. Eu digo isso, porque amando eu devo estar sempre um passo atrás, cuidando de você e me cuidando.

  O amor me aconteceu, e não foi sozinho, foi a dois, ele não temeu a minha idade, ele simplesmente aconteceu, tudo é tão bonito, tão simples, de repente qualquer coisa serve.

  Vai vê é por isso que sozinha eu reclamava tanto, talvez pelo tempo que eu me dava para observar o tempo passando a minha volta, as pessoas, e criticar, a vontade que no fundo no fundo eu tinha de amar alguém, de ter que me explicar pra ele, essa chatice de casais, que vivem a fazer tudo juntos, e quando começam uma frase, com "nós", "a gente", vamos fazer isso aquilo outro, eu quero desse jeito, eu vou fazer do seu jeito só hoje, amanhã vai ser do meu jeito. Tá bom.

  Então eu passo boa parte do meu tempo a pensar em nós, porque eu não me vejo pensando só no meu eu, mas em nós, a gente, sabe?

  Mas e se eu não fosse tão emotiva quanto você é comigo, se não fosse tão intensa, se não gritasse meu amor, se não rugisse, se não contasse pros outros, e se eu não te contasse, me perdoe pela minha insensibilidade, pela minha frieza, a minha única defesa é que eu uso isso com uma arma para me proteger, não pra me proteger de você, mas pra me proteger de mim mesma.

  E aquelas discussões, as minhas caretas, a suas caretas, pra certas coisas que a gente presencia, você me desculpa eu ser chata pra certas coisas, mas tem lugares, músicas, pessoas, coisas  que não me agradam, desculpa eu te fazer raiva, não quero te mudar, não mesmo! Ao contrário eu preciso me mudar e aceitar mais, porque não da pra viver com você se eu não te compreender, certo.

  Mas imagina se eu não te dissesse as coisas que eu gosto, se não lutasse pra você me ouvir e gostar do jeito que eu sou, se não gritasse a verdade em seus ouvidos, se eu me limitasse a viver meus prazeres, de que seria feita a nossa relação?

  Eu não suportaria viver uma rotina a seu lado, mesmices, certezas, eu não vivo pra manter meu status, eu vivo por nós, e vivo pra cuidar de mim pra você e espero que você cuide de você pra mim.

  Sim, eu vou ser chata, você também, nós dois, com toda a certeza vamos ser chatos, vamos brigar, vamos nos chatear, mas não vamos suportar colocar a cabeça no travesseiro quando tomarmos rumos de nossas casas após uma discussão. O dia em que dermos as costas um pro outro depois de brigarmos, aí sim o amor está a ponto de se acabar, de desabar, e toda essa história e chatice de namorar se acaba naquele instante em que deixarmos em vão uma solução pro nosso amor.

Carta aberta.                                                                                               14-01-14