Permanência
Era noite e ela se deitava após a casa se apagar
Os filhos dormiam
E a casa permanecia em completa quietude
Só o silêncio e alguns ruídos
Mas nada a atrapalhava dormir
Se não a amargura de saber onde chegou
Deita de lado e sente a dor que perfura seu peito
Os fluídos que se sobressaem de seus olhos e o nó na garganta que aperta
Cai noite a dentro, e o sofrimento de não ter o castelo, o reinado, e a sede de viver.
Pobre mulher, por onde anda a sua felicidade?
Tanto sonha e nada te traz, e nada se vai...
Onde é que se encontra, eu digo onde é que você se encontra dentro de você?
Faz-se dentro de você, faz-se vida, faça amor.